Ela se achava feliz naquela união que lhe parecia tão correta. Correta demais para seu paladar: cinema aos finais de semana, vinho à mesa, passeios de mãos dadas e, eventualmente, umas rapidinhas para apaziguar Os "Animus" (e não sair do roteiro).
Mas algo ia mal quando o álbum da festa de casamento emergia das tralhas que se acumulavam ao longo dos dias. Ele a questionava porque não tinha compartilhado aquelas fotos, queria uma grande exibição para toda a família aplaudir aquele amor TÃO CORRETO.
Ela sabia, desde dentro até sua sã consciência, que as fotos nunca seriam exibidas, não como gritos de amor. Ela sabia, sempre soube.
Mas, para honrar a herança familiar de casamentos CORRETOS, seguiu firme por uns bons anos, assim, assim, submersa em um mar de tralhas, por onde felizmente, despontavam fotos de uma festa bonita, promissora, e claro, muito muito CORRETA.
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